Informação, Dados e Tecnologia

Guilherme Ataíde Dias

Universidade Federal da Paraíba (UFPB) | guilhermeataide@ccsa.ufpb.br | https://orcid.org/0000-0001-6576-0017 | https://lattes.cnpq.br/9553707435669429

Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB Campus II (1990), Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE (2010), Mestre em Organization & Management pela Central Connecticut State University – CCSU (1995), Doutor em Ciência da Informação (Ciências da Comunicação) pela Universidade de São Paulo – USP (2003) e Pós-Doutor pela UNESP (2011). Atualmente é professor Associado III na Universidade Federal da Paraíba, lotado no Departamento de Ciência da Informação. Está envolvido com a Pós-Graduação através do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e Programa de Pós-Graduação em Administração, ambos da UFPB. Tem interesse de pesquisa nas seguintes temáticas: Representação do Conhecimento; Arquitetura da Informação; Segurança da Informação; Tecnologias da Informação e Comunicação; Informação em Saúde; Redes Sociais; Software Livre; Direito, Ética e Propriedade Intelectual no Ciberespaço; Gestão de Dados Científicos; Informação Jurídica; Atualmente é Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq.

Moisés Lima Dutra

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | moises.dutra@ufsc.br | https://orcid.org/0000-0003-1000-5553 | https://lattes.cnpq.br/1973469817655034

Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciência da Informação. Doutor em Computação pela Universidade de Lyon 1, França (2009). Mestre em Engenharia Elétrica, subárea Automação e Sistemas (2005) e Bacharel em Computação (1998) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Suas atuais linhas de pesquisa estão relacionadas a Inteligência Artificial Aplicada (Machine Learning, Deep Learning, Web Semântica, Linked Data) e a Data Science (Text Mining, Big Data, IoT). Está vinculado ao grupo de pesquisa ITI-RG (Inteligência, Tecnologia e Informação - Research Group).

Fábio Mosso Moreira

Universidade Estadual Paulista (UNESP) | fabio.moreira@unesp.br | https://orcid.org/0000-0002-9582-4218 | https://lattes.cnpq.br/1614493890723021

Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências e Engenharia (UNESP/Tupã). Mestrado concluído em Ciência da Informação - Faculdade de Filosofia e Ciências (UNESP/Marília). Doutorado em andamento Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - Faculdade de Filosofia e Ciências (UNESP/Marília). Atua como membro do Grupo de Pesquisa Novas Tecnologias em Informação - GPNTI (UNESP/Marília) e Grupo de Pesquisa Tecnologia de Acesso a Dados -GPTAD (UNESP / Tupã). Editor de Conteúdo da Revista Eletrônica Competências Digitais para Agricultura Familiar (RECoDAF). Possui Habilidade Profissional Técnica em Informática pela ETEC Massuyuki Kawano - Centro Paula Souza de Tupã. Tem experiência profissional na área de Sistemas de Informação ERP para Operações de Logística. Atualmente realiza pesquisas com foco na investigação de temas ligados à utilização de recursos digitais para a disponibilização e acesso a dados governamentais de Políticas Públicas no âmbito dos pequenos produtores.

Fernando de Assis Rodrigues

Universidade Federal do Pará (UFPA) | fernando@rodrigues.pro.br | https://orcid.org/0000-0001-9634-1202 | https://lattes.cnpq.br/5556499513805582

Professor Adjunto no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, lotado na Faculdade de Arquivologia da Universidade Federal do Pará. Doutor e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP - Universidade Estadual Paulista. Especialista em Sistemas para Internet pela UNIVEM - Centro Universitário Eurípides de Marília. Bacharel em Sistemas de Informação pela USC - Universidade do Sagrado Coração. Membro dos grupos de pesquisa GPNTI - Novas Tecnologias em Informação e GPTAD - Tecnologias de Acesso a Dados (UNESP), GPIDT - Informação, Dados e Tecnologia (USP) e GPDM - Dados e Metadados (UFSCar). Editor do periódico RECoDAF - Revista Eletrônica Competências Digitas para a Agricultura Familiar. Atua nas áreas da Ciência da Informação e da Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software, Bancos de Dados, Tecnologia de Informação e Comunicação e Ambientes Informacionais Digitais, focado principalmente nos seguintes temas: Coleta de Dados, Dados, Acesso a Dados, Serviços de Redes Sociais Online, Linked Data, Linked Open Data, Metadados, Internet Applications, Linguagens de Programação, Banco de Dados e Bases de Dados, Privacidade, Governo eletrônico, Open Government Data e Transparência Pública.

Ricardo César Gonçalves Sant'Ana

Universidade Estadual Paulista (UNESP) | ricardo.santana@unesp.br | https://orcid.org/0000-0003-1387-4519 | https://lattes.cnpq.br/1022660730972320

Professor Associado da Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Ciências e Engenharias - FCE, Campus de Tupã, em regime de dedicação exclusiva, onde é Presidente da Comissão de Acompanhamento e Avaliação dos cursos de Graduação - CAACG, Coordenador Local do Centro de Estudos e Práticas Pedagógicas - CENEPP e Ouvidor Local. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília. Graduado em Matemática e Pedagogia, Mestrado em Ciência da Informação (2002), Doutorado em Ciência da Informação (2008) e Livre-Docente em Sistemas de Informações Gerenciais pela UNESP (2017). Possui especializações em Orientação à Objetos (1996) e Gestão de Sistemas de Informação (1998). Parecerista ad hoc de periódicos e de agências de fomento. Lider do Grupo de Pesquisa - Tecnologias de Acesso a Dados (GPTAD) e membro do Grupo de Pesquisa - Novas Tecnologias em Informação GPNTI. Tem experiência na área de Ciência da Computação, atualmente realiza pesquisas com foco em: ciência da informação e tecnologia da informação, investigando temas ligados ao Ciclo de Vida dos Dados, Transparência e ao Fluxo Informacional em Cadeias Produtivas. Atuou como professor na Faccat Faculdade de Ciências Contábeis e Administração de Tupã, onde coordenou curso de Administração com Habilitação em Análise de Sistemas por dez anos e o curso de Licenciatura em Computação. Atuou no setor privado como consultor, integrador e pesquisador de novas tecnologias informacionais de 1988 a 2004.


Organizadores

Guilherme Ataíde Dias

Universidade Federal da Paraíba (UFPB) | guilhermeataide@ccsa.ufpb.br | https://orcid.org/0000-0001-6576-0017 | https://lattes.cnpq.br/9553707435669429

Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB Campus II (1990), Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE (2010), Mestre em Organization & Management pela Central Connecticut State University – CCSU (1995), Doutor em Ciência da Informação (Ciências da Comunicação) pela Universidade de São Paulo – USP (2003) e Pós-Doutor pela UNESP (2011). Atualmente é professor Associado III na Universidade Federal da Paraíba, lotado no Departamento de Ciência da Informação. Está envolvido com a Pós-Graduação através do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e Programa de Pós-Graduação em Administração, ambos da UFPB. Tem interesse de pesquisa nas seguintes temáticas: Representação do Conhecimento; Arquitetura da Informação; Segurança da Informação; Tecnologias da Informação e Comunicação; Informação em Saúde; Redes Sociais; Software Livre; Direito, Ética e Propriedade Intelectual no Ciberespaço; Gestão de Dados Científicos; Informação Jurídica; Atualmente é Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq.

Moisés Lima Dutra

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | moises.dutra@ufsc.br | https://orcid.org/0000-0003-1000-5553 | https://lattes.cnpq.br/1973469817655034

Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciência da Informação. Doutor em Computação pela Universidade de Lyon 1, França (2009). Mestre em Engenharia Elétrica, subárea Automação e Sistemas (2005) e Bacharel em Computação (1998) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Suas atuais linhas de pesquisa estão relacionadas a Inteligência Artificial Aplicada (Machine Learning, Deep Learning, Web Semântica, Linked Data) e a Data Science (Text Mining, Big Data, IoT). Está vinculado ao grupo de pesquisa ITI-RG (Inteligência, Tecnologia e Informação - Research Group).

Fábio Mosso Moreira

Universidade Estadual Paulista (UNESP) | fabio.moreira@unesp.br | https://orcid.org/0000-0002-9582-4218 | https://lattes.cnpq.br/1614493890723021

Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências e Engenharia (UNESP/Tupã). Mestrado concluído em Ciência da Informação - Faculdade de Filosofia e Ciências (UNESP/Marília). Doutorado em andamento Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - Faculdade de Filosofia e Ciências (UNESP/Marília). Atua como membro do Grupo de Pesquisa Novas Tecnologias em Informação - GPNTI (UNESP/Marília) e Grupo de Pesquisa Tecnologia de Acesso a Dados -GPTAD (UNESP / Tupã). Editor de Conteúdo da Revista Eletrônica Competências Digitais para Agricultura Familiar (RECoDAF). Possui Habilidade Profissional Técnica em Informática pela ETEC Massuyuki Kawano - Centro Paula Souza de Tupã. Tem experiência profissional na área de Sistemas de Informação ERP para Operações de Logística. Atualmente realiza pesquisas com foco na investigação de temas ligados à utilização de recursos digitais para a disponibilização e acesso a dados governamentais de Políticas Públicas no âmbito dos pequenos produtores.

Fernando de Assis Rodrigues

Universidade Federal do Pará (UFPA) | fernando@rodrigues.pro.br | https://orcid.org/0000-0001-9634-1202 | https://lattes.cnpq.br/5556499513805582

Professor Adjunto no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, lotado na Faculdade de Arquivologia da Universidade Federal do Pará. Doutor e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP - Universidade Estadual Paulista. Especialista em Sistemas para Internet pela UNIVEM - Centro Universitário Eurípides de Marília. Bacharel em Sistemas de Informação pela USC - Universidade do Sagrado Coração. Membro dos grupos de pesquisa GPNTI - Novas Tecnologias em Informação e GPTAD - Tecnologias de Acesso a Dados (UNESP), GPIDT - Informação, Dados e Tecnologia (USP) e GPDM - Dados e Metadados (UFSCar). Editor do periódico RECoDAF - Revista Eletrônica Competências Digitas para a Agricultura Familiar. Atua nas áreas da Ciência da Informação e da Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software, Bancos de Dados, Tecnologia de Informação e Comunicação e Ambientes Informacionais Digitais, focado principalmente nos seguintes temas: Coleta de Dados, Dados, Acesso a Dados, Serviços de Redes Sociais Online, Linked Data, Linked Open Data, Metadados, Internet Applications, Linguagens de Programação, Banco de Dados e Bases de Dados, Privacidade, Governo eletrônico, Open Government Data e Transparência Pública.

Ricardo César Gonçalves Sant'Ana

Universidade Estadual Paulista (UNESP) | ricardo.santana@unesp.br | https://orcid.org/0000-0003-1387-4519 | https://lattes.cnpq.br/1022660730972320

Professor Associado da Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Ciências e Engenharias - FCE, Campus de Tupã, em regime de dedicação exclusiva, onde é Presidente da Comissão de Acompanhamento e Avaliação dos cursos de Graduação - CAACG, Coordenador Local do Centro de Estudos e Práticas Pedagógicas - CENEPP e Ouvidor Local. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília. Graduado em Matemática e Pedagogia, Mestrado em Ciência da Informação (2002), Doutorado em Ciência da Informação (2008) e Livre-Docente em Sistemas de Informações Gerenciais pela UNESP (2017). Possui especializações em Orientação à Objetos (1996) e Gestão de Sistemas de Informação (1998). Parecerista ad hoc de periódicos e de agências de fomento. Lider do Grupo de Pesquisa - Tecnologias de Acesso a Dados (GPTAD) e membro do Grupo de Pesquisa - Novas Tecnologias em Informação GPNTI. Tem experiência na área de Ciência da Computação, atualmente realiza pesquisas com foco em: ciência da informação e tecnologia da informação, investigando temas ligados ao Ciclo de Vida dos Dados, Transparência e ao Fluxo Informacional em Cadeias Produtivas. Atuou como professor na Faccat Faculdade de Ciências Contábeis e Administração de Tupã, onde coordenou curso de Administração com Habilitação em Análise de Sistemas por dez anos e o curso de Licenciatura em Computação. Atuou no setor privado como consultor, integrador e pesquisador de novas tecnologias informacionais de 1988 a 2004.


A emergência dos dados de pesquisa na ciência contemporânea

Páginas: 113 - 122

Autores

Wagner Junqueira de Araújo

Universidade Federal da Paraíba (UFPB) | wagnerjunqueira.araujo@gmail.com | https://orcid.org/0000-0002-2301-4996 | https://lattes.cnpq.br/6762905361803183

Doutor em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília (2009), mestre em Ciência da Informação - UNB (2001), especialista em Sistemas de Informação (1995) e Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade do Oeste Paulista (1993). Professor do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação - PPGCI-UFPB. Professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão nas Organizações Aprendentes. Professor Associado - I do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

Ana Alice Baptista

Universidade do Minho (UMinho) | analice@dsi.uminho.pt | https://orcid.org/0000-0003-3525-0619 | https://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=4103065722022437

Concluiu Tecnologias e Sistemas de Informação pela Universidade do Minho em 2003. É Professor Auxiliar na Universidade do Minho. Publicou 15 artigos em revistas especializadas e 36 trabalhos em actas de eventos, possui 8 capítulos de livros e 5 livros publicados. Possui 16 softwares e outros 88 itens de produção técnica. Participou em 31 eventos no estrangeiro e 24 em Portugal. Orientou 1 tese de doutoramento e co-orientou 2, orientou 10 dissertações de mestrado, alem de ter orientado 3 trabalhos de conclusão de curso de bach./licenciatura e 14 trabalhos de iniciação científica nas áreas de Engenharia Electrotécnica, Electrónica e Informática, Ciências da Computação e da Informação e Outras Ciências Sociais. Entre 2001 e 2010 participou em 3 projectos de investigação, sendo que coordenou 2 destes. Actua na área de Ciências Exactas com ênfase em Ciências da Computação e da Informação. Nas suas actividades profissionais interagiu com 78 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. No seu curriculum DeGóis os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Metadados, Web semântica, Dublin Core, Comunicação científica, Sistemas de Informação, RDF, Acesso Livre, Publicação Electrónica, Repositórios Institucionais e Bibliotecas Digitais.

Marcello Peixoto Bax

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) | bax@eb.ufmg.br | https://orcid.org/0000-0003-0503-3031 | https://lattes.cnpq.br/1864473087690223

Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Organização do Conhecimento (PPG-GOC, Nível 5 CAPES) da Escola de Ciência da Informação - ECI, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente em estágio pós-doutoral (pela CAPES) no Tetherless World Constellation Lab, no Rensselaer Polytechnic Institute (RPI). Doutor em Ciência da Computação pela Universidade de Montpellier II, França. Possui DEA (Diploma de Estudos Aprofundados) em Matemática e Computação e DESS (Diploma de Estudos Superiores Especializados) em Informática pela Université d'Aix Marseille II, França. Bacharel em Ciência da Computação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Foi líder da Linha de Pesquisa Gestão da Informação e do Conhecimento no PPGCI da ECI/UFMG (2015-2016). Fez parte, em 2005, da Comissão de Reformulação do Projeto Pedagógico do curso de graduação em Biblioteconomia da UFMG. Entre 2013 e 2016 coordenou projeto PD&I em Gestão da Informação e do Conhecimento em convênio UFMG/CEMIG, com financiamento da ordem de R$ 2 milhões (cemig.eci.ufmg.br). Foi coordenador por dois mandatos do Núcleo de Informação Gerencial e Tecnológica - NITEG (ECI/UFMG, 2008­-2012 e 2014-2016). Foi coordenador do Curso de Especialização (360 h) "Gestão Estratégica da Informação" por dois mandatos. Participou por dois mandatos como membro do Comitê Assessor da área de Ciências Sociais Aplicadas da Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG e de várias comissões e órgãos colegiados da ECI e da UFMG. É membro da Comissão de Ética em Pesquisa da UFMG - COEP (2014-2017). Tem experiência nas áreas de Ciência da Informação e da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, atuando principalmente nos temas: Cultura e Filosofia da Informação; Bibliotecas Digitais; Gestão de Conhecimento e Informação; Sistemas de Informação; Inteligência Artificial (ontologias); Interface Humano Computador. Foi organizador do VI Seminário de Pesquisa em Ontologias do Brasil (ONTOBRAS, 2013). É membro do Conselho Editorial de várias revistas da área de Ciência da Informação. Parecerista do CNPq, CAPES e FAPEMIG. Parecerista de diversas revistas nacionais e internacionais (como Ciência da Informação do IBICT; International Journal of Library and Information Science (IJLIS); Informação & Sociedade: Estudos, da UFPB; e Revista de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (RECIIS), da Fiocruz.

Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa

Universidade de São Paulo (USP) | pedro.correa@usp.br | https://orcid.org/0000-0002-8743-4244 | https://lattes.cnpq.br/3640608958277159

Possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo (1987), mestrado em Ciência da Computação e Matemática Computacional pela Universidade de São Paulo (1992), doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2002), pós-doutoramento em Data Science na University of Tennessee (2015) e Livre Docência pela Universidade de São Paulo (2017). Atualmente é Livre Docente do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Banco de Dados Distribuídos, atuando principalmente nos seguintes temas: banco de dados, Ciência dos Dados, modelagem de sistemas computacionais, arquitetura de sistemas distribuídos, computação e biodiversidade, automação agrícola e governo eletrônico.

Luís Fernando Sayão

Centro de Informações Nucleares (CIN) | lsayao@cnen.gov.br | https://lattes.cnpq.br/3422623122948389

Possui graduação em Fisica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978), mestrado em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto Brasileiro de Informação em Coência e Tecnologia (UFRJ/IBICT) e doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ/IBICT (1994). Trabalha desde 1980 na Comissão Nacional de Energia Nuclear onde já exerceu os cargos de: chefe do Centro de Informções Nucleares (CIN); chefe da Divisão de Tecnologia da Informação; coordenador-geral de Informática; representante do Brasil no INIS - International Nuclear Information System (AIEA/ONU); coordenador-geral da RRIAN - Red Regional de Información en el Área Nuclear. É conselheiro do CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos, membro do Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos do CONARQ; docente do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiroe e do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa. Foi membro do Comitê Técnico-Científico do IBICT e da Comissão de Ensino da CNEN. Tem como áreas de interesse: bibliotecas digitais, publicações eletrônicas, interoperabilidade, bases de dados, curadoria de dados de pesquisa e preservação digital.

Transcrição do Vídeo

Abertura:

Vamos dar início a mesa-redonda intitulada “A emergência dos dados de pesquisa na ciência contemporânea”, para moderar gostaria de convidar o professor Dr. Wagner Junqueira, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba.

Convidamos a professora Dra. Ana Alice Batista, professor Marcello Bax da UFMG, professor Dr. Pedro Luiz Corrêa e professor Dr. Luís Fernando Sayão.

Wagner:

Boa noite a todos, é um imenso prazer estar aqui, agradecer o professor Guilherme e todos que estão organizando. Surgiu um assunto muito interessante e que a Ciência da Informação vem trabalhando já a alguns anos com isso daí, e o contexto da ciência no Brasil é uma coisa delicada com esse compartilhamento de dados que nós vimos durante o dia. Então eu vou fazer alguns questionamentos aqui na mesa, vou passar para cada um para comentar, porque nós vimos alguns desafios, como dos metadados descritivos, o professor Sayão fez uma exposição sobre os elementos que convergem na área de ciência, e Pedro expôs algumas dificuldades e desafios desse tema.

Mas aqui no Brasil a gente teve alguns processos que foram superados, um exemplo seriam os periódicos eletrônicos, a alguns anos atrás ninguém falava em publicar em periódico eletrônico porque não tinha estruturada. Hoje a quantidade de revistas são incontáveis. Por outro lado nós tivemos uma experiência muito ruim que foram os repositórios digitais das instituições de pesquisa das universidades e no final a gente acabou todo mundo nadando e morrendo na praia.

Aí minha pergunta é na seguinte linha, aqui no Brasil, como é que nós fazemos para gerenciar uma infraestrutura de dados, e não discorrer sobre os ciclos de dados que nós discutimos hoje, mas o que esperar das instituições de pesquisa, dos órgãos de pesquisa, de grupos de interesse comum, algum órgão de governo, a gente tem o arquivo nacional que o Sayão e conselheiros estão trabalhando nas questões de repositórios digitais, quem seriam esses órgãos? Porque esperava parte de nossa política que a gente tenha uma atividade dos profissionais da área que começam a trabalhar e percebem esse problema e desafio, então quem seria esse órgão gestor ou se teria algum órgão para trabalhar isso aí?

Mas a ideia é essa, nós teremos alguma organização para isso, alguma organização de pesquisadores no Brasil que criam estruturas, o Sayão citou o ResearchGate que além de rede social de pesquisadores serve como repositório, plataforma de serviço, como é que seria, eu vou passar para vocês. Passar primeiro para a professora Ana que tem uma visão de fora porque a gente aqui no Brasil fica um pouco angustiado com essa situação.

Ana Alice:

Eu não vou falar especificamente sobre a organização a coisa que eu queria dizer é que eu gosto dos modelos brasileiros. Eu acho que a gente precisa atuar em vários momentos, agora precisa de alguém para administrar alguém, alguém fazendo as coisas andar. Essa é minha primeira perspectiva sem pensar vamos dizer assim.

Marcelo:

Eu acho que esse evento é fundamental para a Ciência da Informação, a gente precisa continuar e precisa ser estudado porque é uma grande oportunidade, acho que todos nós que estamos aqui enxergamos esse tema como uma grande oportunidade que a Ciência da Informação não pode perder.

Obviamente sem se descaracterizar, sem perder identidade como o professor Ricardo colocou, mass abraçando com toda legitimidade que a Ciência da Informação tem para lidar com esse problema dos dados. Diria até sobrevida das fases iniciais do ciclo de gestão dos dados, dados científicos, dados de negócio, principalmente dados científicos, que são aquelas fases de aquisição e preparação dos dados.

As palestras do professor Sayão, do professor Pedro, foram na direção de mostrar que há muita coisa a ser feita antes de que o dado possa ser analisado. A questão de métrica, de registro, proveniência, alinhamento semântica, a importância das ontologias nesse tema para integração e reuso dos dados científicos, para preservação dos dados científicos.

Essa pergunta em questão do Wagner foi interrogada por alguém da plateia, alguém que deve ser monitor de um repositório de alguma instituição de uma universidade, eu fiquei pensando nisso e a ideia aqui é que fazemos um bate-bola e vocês também participem, opinem, que a mesa seja bem aberta aqui para ouvir vocês. Então alguém perguntou isso e a minha opinião é que deve ser bottom up e top down, a gente tem que ter às sociedades científicas de alguma forma se organizando como a gente vê em países mais desenvolvidos, isso acontecendo massivamente. Acabo de retornar de um pós-doc nos EUA onde tem milhoes e milhoes de dólares investidos no desenvolvimento de repositório, sobretudo na saúde, porque às pesquisas na área de saúde são extremamente caras, então é muito importante utilizar os dados em questão económica de racionalização de gastos é fundamental para a economia da pesquisa americana hoje. São milhões de dólares no apoio a construção desses repositórios.

Acho que nesse ponto nós temos que ter iniciativas de todos os lugares, eu acho que é legítimo que a área como de repente metodologia em uma universidade se valha de uma ferramenta de software livre e promova dentro da área o incentivo de compartilhamento de dados. Mas é importante também que a Reitoria da universidade estejam pensando no sentido de comentar, formar recursos humanos, eu acho que é uma oportunidade gigantescas de informação, formar bibliotecários de dados com todos os conhecimentos, e isto não está restrito a nenhuma disciplina específica. Lá na computação e administração me parece que é uma ação da Ciência da Informação, acho que mais uma vez legitimar deve surgir de vários locais.

Eventos como esse, eu acho que deve um futuro brilhante para a Ciência da Informação, fico contente em participar e estar aqui falando com vocês sobre um tema que é importante para a Ciência da Informação.

Pedro:

Mais ou menos na linha que foi colocada aqui, seguindo a questão de ser distribuída, orquestrada, a questão de que a gente tem hoje instituições preocupadas com o tema no Brasil, cada um tem sua responsabilidade. Acho que esse evento tem responsabilidade no sentido de criar demandas de pesquisa pro Brasil, começar a mostrar visões, eu acho que esse é o papel desse evento, e articular a comunidade da Ciência da Informação com a Computação e outras áreas, tem esse papel, e os órgãos de fomento eles têm um papel importante no sentido de valorizar a disponibilização e qualidade dos dados científicos, começar a reconhecer a questão da disponibilização dos dados para ofertar bolsas, na questão do reconhecimento da carreira do pesquisador, a gente precisa começar a colocar isso de maneira mais incisiva e cobrar isso dos órgãos de fomento.

As instituições de pesquisa de uma maneira geral, tem conversado muito com as entidades para que os seus pesquisadores passem a gerar dados, disponibilizar esses dados com qualidade, e tenham mecanismos de revisão, esse é um ponto importante, não significa apenas disponibilizar mas significa saber da qualidade daquilo que está sendo disponibilizado.

As universidades também tem que se preocupar com o tema, eu vejo por exemplo, na USP a gente conhece um programa que eu gosto muito porque ele não só cria na universidade baseado em modelos, mas disciplina e envolve a comunidade o tempo todo, a comunidade ativa com relação aquele assunto, define às boas práticas. Isso é fundamental para as instituições de pesquisa e universidades criarem. Repositório novo a gente não vai ter com um intuito só, nós vamos ter vários repositórios, o importante e aí vem a visão do profissional em Ciência da Informação de identificar junto com a demanda do seu usuário qual é a melhor solução.

O importante é você publicar esses dados e deixar disponível seus dados e seus metadados. Eu vejo assim, protagonismo da Ciência da Informação nessa área é fundamental na área de Ciência dos Dados que tem uma demanda enorme, a gente está vendo um levantamento de Recursos Humanos, só na Europa nos próximos anos a demanda de 100 mil profissionais na área. A média de salário dessa área gira em torno de 10 mil dólares por mês, então é um profissional valorizado.

O profissional da informação tem um papel fundamental na gestão dos dados científicos com a habilidade na área de negócio, essa gestão de dados acabam gerando conhecimento para outra, as áreas se conversam. Só para vocês terem uma ideia, nos projetos que a gente participa no pós-doc as pessoas da Ciência da Informação no nosso projeto de pesquisa acabaram sendo contratados no meio do projeto para fazer a gestão, e a gente tava perdendo gente do time para as empresas, porque é normal isso.

A valorização tanto do pesquisador quanto do profissional, o mercado vai colar rapidamente, eu vejo a questão do profissional da Ciência da Informação com o papel de protagonista nessa área, e a gente não pode perder essa oportunidade no sentido de gerar condições para que tudo isso aconteça, do ponto de vista da legislação, do ponto de vista da estrutura, do ponto de vista do fomento, do ponto de vista da formação de recursos humanos, a gente tem que olhar nossas responsabilidades para não perder essa onda.

Porque essa onda uma hora passa, nós já vimos várias ondas mais importantes passando na vida da gente, então essa onda vai passar também. Se a gente não for protagonista e assumir nós vamos perder essa oportunidade. A gente está com a faca e o queijo na mão como relação a esse tema.

Sayão:

Eu queria falar um pouco de algo que eu acho importante nos dados, especialmente esses dados da cauda longa, é em relação às bibliotecas de pesquisa ou especializadas, a investigação das literaturas têm mostrado que às bibliotecas de pesquisa estão em uma crise terrível. A gente observou em um artigo alguns anos atras, será que o futuro da biblioteca de pesquisa não é o e-Science, e a gente fez um levantamento dos problemas e desafios. Um dos problemas é que acabou o relacionamento amoroso entre os usuários e sistemas de bibliotecas, e a biblioteca não é um lugar que o pesquisador procura para descobrir informação. Ele sempre procura na Internet e na Web e a biblioteca acaba sucumbindo e não acompanha esse desenvolvimento.

A crise da biblioteca de pesquisa não foi uma coisa local, é universal, às instituições que tem pos-graduacao de alguma forma tem mas os pesquisadores não vão à biblioteca. E assim acaba que essa questão dos dados traz de volta o protagonismo dos objetos científicos, especialmente por não ser retrabalho nessa questão da cauda longa.

O que eu observo é que no mundo todo as bibliotecas de pesquisa começam a retomar esse papel importante em relação ao status. Isso se dá diante da seguinte situação, meu lugar, a gestão de dados, ela é pró-comunicação, sempre divulgou, tratou e são publicadas, só que agora a biblioteca tem que preocupar com a pre-comunicação, com o planejamento dos dados, com um plano de gestão de dados, tem que ajudar o pesquisador a fazer o plano de gestão de dados quando ele cria o projeto dele para o CNPq ou FAPESP.

Você tem que ter essa preocupação e a biblioteca passa a atuar junto, em uma fase anterior à publicação, e nessa situação ela vai ter que atuar muito próxima ao pesquisador, aí aquele clima amoroso em biblioteca, bibliotecário e usuário retoma. A gente teve essa experiência e impulsiona, a biblioteca é parte do processo dentro dos centros de pesquisa, a biblioteca oferece cursos de gestão de dados, cursos para o pesquisador do bibliotecario de dados, e vai ser também uma referência.

O autor da referência muda nessa situação, então a gente tem uma aproximação do bibliotecario da biblioteca de pesquisa com o pesquisador, a gestão de dados dentro da biblioteca vai funcionar dessa forma, senão a gente volta a situação anterior desse distanciamento. Essa aproximação também se dá com o profissional da informática, então a gente tem uma nova situação em que essa aproximação é fundamental. Isso que tem que levar para dentro da biblioteca, a biblioteca como um apoio a gestão, como apoio a treinamento do pesquisador, como uma referência.

Essa iniciativa de gestão de dados ela renova a Ciência da Informação sem esquecer os pressupostos, todos os pressupostos que parte da Biblioteconomia, Arquivologia e Ciência da Informação, são tomados e são valorizados pelas áreas de informática e de pesquisa. Você tem uma renovação apoiada nos pressupostos básicos desta metodologia. Então nós temos duas coisas positivas que podem ser atendidas, é isso que eu tinha em relação a isso.

Wagner:

Obrigado Sayão, recentemente a gente fez um trabalho de gestão de dados dentro das bibliotecas e a gente entrou em contato o pessoal do STI, com o pessoal da reitoria e da biblioteca central, então na visão do bibliotecário eles não percebem que isso está mudando, na cabeça deles parece que vão trabalhar com livro pro resto da vida. Mas isso está mudando e o bibliotecario tem que se renovar.

Um outro questionamento para vocês que são questões que me angustiam aqui nessa universidade, como é que a gente busca financiamento para tirar essas ideias do papel? Através de parcerias ou financiamentos coletivos? Talvez esse seja o caminho que a gente consiga seguir, ou vocês que pensam em fazer um pós-doc fora, como é que a gente trabalha essa questão. Aqui no Brasil a gente vê que sem ter um órgão fomentador as coisas acontecem muito esparsa. Então qual seria o caminho para conseguir esses financiamentos e esses recursos, até mesmo como treinamento para o pessoal, não para comprar equipamento mas para preparar o pessoal, treinar essa nova geração de bibliotecários, arquivistas e cientistas da informação, cientistas de dados que estão sendo preparados para os próximos anos. Depois eu abro aqui para os participantes fazerem suas questões para mesa.

Marcelo:

Eu acho que uma questão bem pertinente essa questão de como é que a gente ensina esses agentes. Uma coisa é verificar os agentes envolvidos nesses processos, então olhar tudo. A gente tem o olhar dos financiadores, o olhar das agências de pesquisa, as escritoras, as empresas, existe um ecossistema ai.

Nesse ecossistema cada um tem muito interesse, primeiro uma coisa que a gente identificou é que o setor privado tem interesse nessa área. Por exemplo, as empresas de consultoria montam modelos e times de ciência dos dados hoje. O banco Itaú foi montar um setor de ciência dos dados, por exemplo.

Agora qual é o perfil do profissional que eu preciso? As empresas teriam colocado um profissional da Ciência da Informação porque é ele que vai articular e saber o fluxo de dados na empresa, como ocorre o acesso. Então a gente precisa começar a trabalhar mais com o mercado, acho que isso é um ponto importante. O mercado vai financiar isso porque ele tem interesse nisso, ele precisa desse skill, ele precisa ter essa habilidade.

O problema é os entraves que existem para as instituições e universidades, por exemplo, na USP a gente demorou para montar o projeto quase um ano, porque a coisa vem e volta, e a passa, em um dois anos as pessoas passam. A gente precisa melhorar um pouco os nossos mecanismos de trabalhar os recursos privados, mas existe e a gente precisa aproveitar essas oportunidades, a demanda é grande.

Em termos de instituições do governo eu não vejo muito a possibilidade de aumentar recursos que a gente tem, os recursos são escassos, o que o governo tem são as facilidades e esse é um ponto. Criar mecanismos que viabilizem esse tipo de coisa, da mesma forma que existem mecanismos de isenção de impostas, você criar ações para ter outras estratégias de financiamento.

A gente falou que existe esse interesse do setor privado, e um outro ponto que a gente identificou, é que os órgãos de financiamento de uma maneira geral, eles têm criados esses programas especiais. A gente na universidade fica muito aquém disso, por exemplo, o pessoal do ORCID, que desenvolve os verificadores de objeto hoje eles estão trabalhando e querem valorização, é importante no Brasil e qual é a colaboração do Brasil nisso, como a gente está colaborando de fato. Nós estamos participando das discussões?

E tem recursos internacionais envolvidos hoje, a gente precisa estar atento nisso. Existe disponibilidade de recursos por isso é importante a gente ter essa articulação internacional. Eu sei que a gente não está no mesmo nível que eles, a gente pode participar de projetos com ele para entender os problemas e começar a ajudar e contribuir nas soluções.

Em termos de recursos eu vejo essas duas oportunidades que estão disponíveis, é questão da gente olhar para essas oportunidades e começar a trabalhar de maneira mais colaborativa com o exterior e com o setor privado. E um ponto que eu queria falar mais é sobre como nossa comunidade colabora, eu mesmo acho que sou culpado disso, mas é a primeira vez que estou em um evento oficial da área de Ciência da Informação e eu estou sentindo falta de ter esses eventos e participar desses eventos. Eu preciso ter uma colaboração maior com nossa comunidade, uma maior articulação. Isso não é financiamento, mas é importante convencer os órgãos oficiais de ter programas nessa área.

Infelizmente a gente não pode ficar dependendo de um programa da FAPESP, quais são as opções do CNPq que existem nessa área para financiar recursos de projetos colaborativos, a gente precisa começar a olhar para isso e a gente como comunidade aqui pode estabelecer essas demandas, então eu vejo essas três oportunidades aqui, obrigado.

Sayão:

Eu queria colocar aqui alguns números importantes nessa questão de dados e financiamento. Nós temos uma situação muito complicada aqui no Brasil que é financiar os dados com verbas de projetos que incluam no máximo 3 anos. Uma coisa que é perene, por exemplo na área pública, você tem o dinheiro aplicado a 3 anos. Na verdade você está dando dinheiro do projeto para poder criar estruturas de gestão de dados, isso é um complicador.

Mas tem uma coisa que é importante que um relatório que saiu o ano passado fala o seguinte, uma plataforma de dados ou um repositório de dados, custa quatro vezes mais caro que um repositório de publicações, então o custo para tratar os dados é mais caro. Outro ponto é que os custos da gestão de dados é 14% do custo do projeto, da verba para pesquisa. Outro número importante, o pesquisador para poder organizar, limpar, processar, retrabalhar os dados antes de publicar, segundo o pessoal do FAIR ele gasta metade do tempo fazendo isso.

Existe aí uma coisa super complicada é que o pesquisador gasta muito tempo e muito recurso para poder organizar os dados e publicar. Só que ele não tem uma contrapartida em termos de recompensa, então ele prefere fazer o artigo e deixar os dados desorganizados para lá.

A gente precisa de uma política que considere essa organização dos dados com valor de uma forma que voce no artigo ou revista de qualis A é importante, senão a gente não vai adiante nisso. Precisamos ter uma política ampla no nível elementar até as políticas comunitárias para poder ir adiante. Publicar é complicado, gerenciar dados é muito mais complicado, então é essa questão.

Marcello:

Só complementando o que o Sayão acabou de dizer, há uns dois anos atrás eu participei durante um ano e meio da COEP na UFMG, você sabe que toda instituição que realiza pesquisa tem que ter um comitê de ética, isso é uma resolução nacional e eu me lembro bem que nessas discussões do aspecto ético da pesquisa, acho que todos que coletam dados sobretudo dados relativos ao ser humano, não necessariamente da área de saúde mas desde que haja alguma relação ética entre o pesquisador, deve passar pelo comitê de ética. Eu quero dizer o seguinte, a comissão de ética uma das coisas que ela exige é o que o pesquisador pretende fazer com os dados, e isso a gente analisava lá durante um ano e meio participando, e todo pesquisador que submetia pra COEP mas todo pesquisador deve dizer o que ele vai fazer com os dados depois no final da pesquisa.

Sabendo o que ele vai fazer com os dados é importantíssimo para obter sucesso lá na coleta, então eu acho que eu vejo aí um potencial enorme de auxílio nas bibliotecas, assim como o pesquisador envia para COEP ele deveria chamar um bibliotecario e perguntar o que fazer com os dados, que ferramentas de software livre existe. A Ciência da Informação precisa formar esse sujeito para auxiliar os pesquisadores.

Só terminando eu acho que a gente está vivendo uma revolução na área de comunicação e informação, a gente está vendo o Washington Post foi salvo pela Amazon, que comprou o Washington Post e mudou o modelo de negócio e salvou o Washington Post.

A gente tem a Saraiva uma das maiores empresas de cultura de informação quebrando, a Saraiva pediu judicial por 350 milhões de reais, e a Saraiva tem mais de 100 anos. Será que a Ciência da Informação não está vendo isso, eu acho que não. Acho que eventos como esse que vão abrir os olhos.

Eu acho que as bibliotecas, o próprio jornalismo precisa usar as irmãs Ciência da Informação e a Comunicação, também há uma crise no jornalismo a gente viu recentemente, que são movimentos que estão por trás de uma revolução muito maior, que a Ciência da Informação precisa enxergar e as bibliotecas têm protagonismo e potencial gigantesco, mas é preciso formar as pessoas

Eu fico muito feliz que tem 21 anos que eu estou na Ciência da Informação, e eu vejo hoje depois de 21 anos meus alunos se submetendo a fazer BPM e ciência dos dados dentro das empresas mas com uma legitimidade interessantíssima, porque a legitimidade é marcada porque alguém da computação que veio para a Ciência da Informação diz que essas pessoas estão explorando os processos, a própria gestão de documentos eletrônicos, esses domínios, a gente vê os alunos se despontando.

O mercado está demandando mas o mercado não sabe muito bem o que demandar, a verdade é essa, então a reação natural do mercado é ir para a computação, mas não é na computação na verdade eles tem desenho por essa questão, não pela ciência dos dados mas por todas essas questões de organização, da ciência, é secundário. A Administração também não está se preocupando com isso, então é uma área que a Ciência da Informação precisa retornar, e eu acho que eventos como essa mais uma vez fazem isso, portanto tem-se a importância aí.

É explorar novas formas de fomento junto ao mercado, sem dúvida alguma. A CAPES está com um programa agora que acabou com esse negócio de bolsa de pós-doutorado, se quiser fazer parceria internacional vai seguir um edital. Na UFMG tem um movimento enorme lá da pró-reitoria de pós-graduação juntando os PPGs para juntos fazerem parcerias com as instituições internacionais. Precisa ter dinheiro para enviar pesquisadores, mas não é mais aquela coisa de balcão de pedir o pós-doc, porque o grande problema da CAPES é o seguinte, eu dou uma bolsa de pós-doc e o sujeito vai para o exterior, volta e nunca mais, não dá continuidade, por isso eles querem acabar com isso.

Portanto agora quem quer ir para o exterior vai ter que se articular com outros programas para ter parcerias externas e assim nesses contextos institucionais que são contextos que predispõem uma manutenção da evolução da parceria acontecer.

Eu acho que do ponto de vista do fomento, as coisas também estão mudando, e vão mudar drasticamente daqui para frente, e vamos ter que pensar em formas para conseguir isso.

Ana Alice

Queria dizer que eu concordo com tudo que foi dito, todas as formas de financiamento são interessantes, eu penso também que o Estado deve financiar pelo menos parte dos dados que são disponibilizados ou do processo de investigação, etc. Porque senão tem coisas que não vão ser disponibilizadas.

Wagner:

Obrigado a todos, eu passo então para plateia interagir.


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